ASSUNÇÃO, Paulo de. A terra dos Brasis: a natureza da América portuguesa vista pelos
primeiros jesuítas (1549-1596). São Paulo: Annablume, 2000.
O
livro é fruto da dissertação de mestrado do autor defendida no Departamento de
História da Universidade de São Paulo, em 1992. A obra retrata a visão dos
jesuítas sobre a natureza encontrada no Brasil, ou seja, a fauna e a flora, além
disso, a obra mostra que a visão de mundo não apenas dos jesuítas, mas do homem
europeu era baseada nos preceitos cristãos. Como fontes primárias o autor
utiliza várias cartas de jesuítas escritas no período, além de vasta
bibliografia sobre o tema. A obra está dividida em quatro partes distribuídas
em treze capítulos e considerações finais do autor.
RESUMO
DA OBRA
PRIMEIRA
PARTE: No Orbis Christianus
Capítulo
I: O mundo natural capturado pelo cristianismo
Neste capítulo o autor
vai tratar da visão de mundo do homem europeu do século XVI, e os jesuítas
enquanto europeus também partilhavam dessa visão. De acordo com o autor essa
visão “[...] era essencialmente cristã, o universo estava de acordo com os
dogmas judaico-cristãos que estabeleciam um ente divino supremo, que regia a
totalidade do universo, sendo o homem o administrador terreno do mundo
natural.” (p. 25)
Neste sentido, a Bíblia
é considerada a fonte primária de informações para o universo medieval (p. 25),
onde Deus tem o papel central de organizar as relações entre a natureza e o
homem.
De acordo com essa
visão o mundo surgiu a partir da vontade de Deus (p. 27) para garantir a
sobrevivência humana, então se o homem cultivar e preservar o mundo natural
estará dando significado a criação divina (p. 28).
No entanto essa
harmonia entre homem e natureza é rompido com o Pecado Original (p. 29). De
acordo com o autor é a partir desse momento que surge o sentimento de
alteridade, ou seja, é o momento em que o homem percebe é diferente dos
elementos naturais, a partir daí o homem passa a ser representado pela
positividade e a natureza pela negatividade (p. 29).
Mesmo sendo expulso, o
homem nunca esqueceu o período em que viveu no jardim do Éden, por isso sempre
buscou recuperar o paraíso. Nessa busca surgem vários intelectuais, a exemplo
de Santo Agostinho cujo pensamento concebia “[...] que a razão era um dos
estágios preparativos para o ato da fé [...]” (p. 32), ou seja, Agostinho é um
representante do pensamento da época que unia a literatura clássica com os
textos bíblicos.
No entanto, esse
paraíso tão almejado pelo homem dos quinhentos não foi encontrado na Europa e
as novas terras encontradas passaram a assumir o papel de paraíso terreal,
sobretudo por apresentar características naturais que remetem ao jardim do Éden
descrito na Bíblia como natureza exuberante, clima ameno e diversidade de
animais (p. 35).
Capítulo
II: A Igreja Católica no limiar do século XVI
Neste
capítulo o autor vai tratar das transformações sofridas pela Igreja Católica ao
longo da sua história enquanto instituição, começando pela sistematização da
tradição oral dos evangelhos para a escrita a partir do ano 70 d.C. (p. 44).
O
autor cita também a Reforma Gregoriana que procurou moralizar o clero e
fortalecer a autoridade do Papa, a fim de consolidar e centralizar o poder da
Igreja (p. 44). Neste capítulo também é citado a importância de Carlos Magno
para a sistematização das leis canônicas e dogmas cristãos a fim e fortalecer a
Igreja.
Além
disso, neste capítulo o autor trata das Cruzadas (1095-1291) que tiveram um
duplo objetivo: ampliação da fé católica e ao mesmo tempo atender aos
interesses comerciais das nações em busca de crescimento econômico (p. 45).
A
Reforma Protestante, empreendida por Matinho Lutero, foi mais um fator que
contribuiu para as mudanças que a Igreja estava sofrendo no início o século
XVI. Ao pregar uma relação direta do homem com Deus através da leitura das
escrituras sagradas, Lutero critica principalmente o papel espiritual do papa e
do clero como intermediários entre o homem e Deus (p. 49). A proposta de Lutero
caiu como uma “luva” diante das insatisfações da população em relação à Igreja
e atendia aos interesses econômicos dos novos Estados Nacionais imbuídos de um
espírito independente que também faz parte da lógica Protestante.
Diante
do avanço Protestante a Igreja resgata a Inquisição, criada em 1183 no Concílio
de Verona, com o objetivo de barrar o crescimento do Protestantismo e manter
uma unidade na fé Católica. Outro ponto destacado pelo autor neste capítulo é o
papel da Companhia de Jesus no Concílio de Trento (1545-1563), pois a Companhia
defendia um modelo conservador de acordo com os primórdios do cristianismo,
além de defender os princípios católicos e os bons costumes cristãos através de
atividades educacionais e assistenciais (p. 52).
Capítulo
III: A Companhia de Jesus: de Paris a Salvador
Neste capítulo a
obra trata da fundação da Companhia de Jesus, ocorrida no ano de 1534, em Paris,
por Inácio de Loyola e mais seis amigos (p. 57-58). De acordo com o autor a Companhia
de Jesus possui caráter assistencial e educacional, cujo objetivo dos
educadores era disseminar o espírito cristão e assim alcançar a salvação da
humanidade (p. 61).
Além disso, a Companhia
se diferenciava das demais ordens porque se recusava ao isolamento em relação à
sociedade (p. 61) e por conta disso sofreu algumas perseguições e críticas dos
membros de outras ordens (p. 63). Embora sofrendo muitas críticas a ordem conseguiu
grande sucesso em Portugal, conseguindo o apoio de D. João III, talvez porque o
perfil da Companhia em contato direto com a população pregando o evangelho se
enquadrasse perfeitamente aos anseios expansionistas do Estado Luso (p. 63).
SEGUNDA
PARTE: Cartas Jesuíticas: ordem do saber e o saber da ordem
Capítulo
IV: Em busca do elo perdido
Este capítulo
trata da chegada dos primeiros jesuítas no Brasil, que chegaram a povoação de
Francisco Pereira Coutinho (fundada em 1536), na Bahia, em 29 de março de 1549
junto com a esquadra de Tomé de Souza (p. 77). Neste capítulo o autor descreve
ainda as dificuldades enfrentadas por portugueses e jesuítas no início do
processo de colonização que compreendia principalmente a presença dos índios
que resistiam à ocupação e as invasões do litoral por outras nações européias
(p. 77).
A
atividade jesuítica no Brasil tinha dois objetivos principais: atender aos
propósitos da ordem e a conversão dos índios ao cristianismo (p. 78). Neste
sentido, as cartas produzidas pelos primeiros jesuítas em terras brasileiras
constituem uma documentação muito rica para o estudo do período colonial
brasileiro (p. 78).
Capítulo
V: No isolamento: A Natureza
As cartas
jesuíticas tratam de vários aspectos da vida na colônia, incluindo
considerações sobre a natureza encontrada. Os documentos mostram uma visão
simbólica da natureza, baseada nos escritos bíblicos, e bastante desenvolvida
no final do período medieval, marcada pela presença de bestiários e plantas
exóticas (p. 97). Além das cartas, o autor ressalta a importância dos mapas que
revelavam além da topografia das terras, a fauna, a flora e a representação de
animais monstruosos, a exemplo, do mapa “Terra Brasilis”, atribuído a Lopo Homem,
que teria sido confeccionado por volta de 1519 (p. 97-98).
Os
relatos jesuíticos, sejam através de cartas ou mapas, são considerados verdades
incontestáveis e marcam a mudança no modo de transmitir conhecimento através da
oralidade, vigente durante todo o período medieval (p. 99) para documentos
escritos.
As
descrições feitas nas cartas pelos jesuítas acerca o mundo natural revelam uma
visão utilitária da natureza e cheia de analogias com passagens bíblicas, a fim
de facilitar a compreensão do leitor através de comparações (p. 100).
TERCEIRA
PARTE: A conquista da terra dos Brasis
Capítulo
VI: Os fundamentos religiosos nas metáforas
As descobertas
marítimas rompem com o isolamento do mundo conhecido em relação a outras partes
do mundo, as viagens, por sua vez envolviam interesses econômicos, políticos e
culturais (p. 109). No século XVI, o Céu e a Terra se confundiam na mente do
homem europeu e a origem do mundo acaba sendo confundida com a invenção da
América (p. 112).
O
encontro do europeu com o outro
“[...] gerou a necessidade de introduzir um processo de transformação ou
aproximação que significava a inserção do novo dentro do velho mundo, que se
consolidara com a preponderância do modelo europeu.” (p. 114). Com isso os
jesuítas buscavam uma catequização feita por meio de metáforas e analogias entre
os novos elementos encontrados e as narrativas bíblicas, cujo objetivo era
introduzir o indivíduo no universo cristão e europeu.
Um
exemplo de documento que buscava essa aproximação foram os Exercícios Espirituais, criados por Loyola, para a conversão dos
índios que pregavam entre outras questões, a oração a fim de afastar as
tentações (p. 122). Além disso, a confissão era muito utilizada como forma de
controle social, somando-se a isso as analogias com passagens bíblicas
utilizadas nas pregações, a exemplo da comparação do jesuíta com o pastor de
ovelhas devido à vida difícil na condução dos rebanhos e a comparação dos
índios com ovelhas, por serem animais indefesos e sujeitos as tentações do
Diabo (p. 133).
Além
disso, os jesuítas pregavam que o controle da natureza era feito por Deus, pois
se fosse de sua vontade poderia ocorrer o afundamento dos navios e a morte dos
tripulantes (p. 127-128). Os jesuítas também pregavam a existência de forças
malignas nos Brasis e a vida difícil do missionário, se referindo a várias batalhas
a serem vencidas cujas vitórias eram obra de Deus. Outra questão interessante é
essa vida difícil levava os jesuítas a verem os índios como animais ferozes e
agressivos (p. 138).
Capítulo
VII: O mundo natural convertido
Neste capítulo o
autor vai tratar da conversão da natureza em um espaço considerado civilizado
dentro do contexto religioso cristão (p. 148). De acordo com o autor, o
processo de conversão dos índios passava pela conversão da natureza a favor do
homem.
Após
a longa travessia marítima que também fazia parte da vida missionária, a
chegada as terras brasileiras implicava na escola de um local para construção
das casas jesuíticas nos povoamentos ou nas aldeias já existentes (p. 150).
Essas construções indicam “[...] o paulatino avanço da presença cristã nas
novas terras, revelando que a ocupação do espaço era o primeiro passo para a
conversão de um mundo caótico para um mundo civilizado.” (p. 150)
A
escolha do local para as construções era feita de cuidadosamente, pois era
necessário garantir a sobrevivência dos membros da Companhia como também permitir
as atividades catequéticas como missas e confissões (p. 151). Além disso, as
construções deveriam ser estratégicas, ou seja, permitir a vigilância dos
índios pelos jesuítas (p. 157).
A
escolha do local deveria atender aos seguintes critérios: localização que
protegesse de ataques inimigos e facilidade de acesso a produtos agrícolas,
fontes de água potável, tipo de solo para a agricultura, facilidade de acesso
ao mar, facilidade de conseguir materiais para construção das casas,
localização próximo ao litoral (p. 158). As zonas litorâneas eram sempre
preteridas para fundação dos núcleos de povoamento, no entanto as limitações
quanto à fertilidade da terra obrigava os jesuítas e os colonos a migrarem para
o sertão em busca de terras mais férteis depois de algum tempo (p. 159).
Com
relação aos nomes dados aos locais, estes remetiam sempre a nomes de santos
como forma de dar-lhes proteção divina e mostrar a superioridade da cultura europeia,
uma vez que os nomes anteriores dos locais, dados pelos índios eram ignorados
(p. 161).
Dentro
dessa concepção, a vida nômade adotada pelos índios era condenada pelos
jesuítas e vista de maneira negativa. A falta de moradia fixa indicava uma
sujeição do indígena à natureza levando os jesuítas a considerá-los como
animais selvagens que buscavam alimento nas matas (p. 163). As florestas, por
sua vez, eram vistas como locais perigosos, habitados por animais ferozes,
cheio de morte e pavor que por isso deveriam ser evitadas pelos jesuítas,
cristãos e índios convertidos (p. 166). Por outro lado, a floresta era vista
como fonte de caça e alimentação para jesuítas e indígenas (p. 169).
QUARTA
PARTE: Percepções da Natureza: uma visão utilitária
Capítulo
VIII: Além do Bojador a terra dos Brasis
Até o século
XVI, antes das grandes navegações o mundo abaixo do Equador era desconhecido, o
que havia eram várias especulações, como por exemplo, se era uma zona tórrida
ou aquosa, se tudo acontecia ao contrário visto que era a parte de baixo da
Terra ou se era possível à existência humana nessas terras (p. 177-178).
As
novas descobertas e o consequente processo de colonização revelam que o
universo descrito na Bíblia é bastante diferente da realidade encontrada (p.
179). Com isso, as novas terras passam a ser compreendidas em dois sentidos: a
possibilidade de expandir a agricultura e a possibilidade de realizar o intercâmbio
de alimentos do Novo Mundo para a Europa (p. 179). No entanto a incorporação do
mundo natural brasileiro ao universo econômico foi lenta, com exceção do
pau-brasil que foi explorado comercialmente logo no início da colonização (p.
183). Além disso, a fertilidade da terra também era associada à fertilidade dos
homens, fato que favoreceria o povoamento das novas terras (p. 184).
Capítulo
IX: Os bons ares da terra dos Brasis: nem frio nem calor
Neste capítulo o
autor vai tratar das descrições dos jesuítas com relação ao clima, descritos
por eles como ameno, embora oposto ao clima europeu (p. 191). Para os jesuítas
o clima influencia a vida humana tanto positiva quanto negativamente (p. 194), ao
mesmo tempo em que pode curar doenças também influencia na moralidade cristã,
pois o calor leva a nudez dos índios (p. 195).
Capítulo
X: O reino vegetal tubérculos e frutas
Com relação aos
vegetais, os jesuítas fazem uma rica descrição de tubérculos, legumes e frutas,
com destaque para a mandioca onde foi descrito o plantio, a forma de preparar
como alimento e sobre a sua toxidade, pois ao mesmo tempo em que a mandioca
garantia a sobrevivência poderia levar a morte se consumida da forma incorreta
(p. 202). Os jesuítas ainda descreveram a preparação do cauim, bebida de teor
alcoólico preparado com a mandioca que contribuía para a mazela dos indígenas,
sobretudo por ser bastante utilizada durante o ritual antropofágico (p. 205).
Capítulo
XI: Os males da terra são curados com os bens da terra
Neste capítulo o autor
mostra que, para os jesuítas a doença não nascia de uma fraqueza do organismo
como se acredita na medicina moderna, mas de uma debilidade ético-moral. Deste
modo, a doença é considerada uma manifestação do Diabo e para curá-la era
preciso tratar o corpo e a alma (p. 217). Uma questão importante é que faltavam
medicamentos para a cura de doenças, por isso os jesuítas eram obrigados a
recorrer as “coisas da terra” para curar, neste sentido são descritas várias
árvores e plantas medicinais utilizadas com essa finalidade.
Capítulo
XII: Na terra dos papagaios: onças, tamanduás, antas, cobras e lagartos
Os animais descritos
pelos jesuítas eram sempre comparados a outros semelhantes encontrados na Europa,
talvez para facilitar a compreensão daquele que está lendo a correspondência.
Os bichos são divididos entre aqueles que têm utilidade e que podem ser
utilizados na alimentação, por exemplo, e entre aqueles que oferecem perigo
como as cobras peçonhentas que podem até levar a morte (p. 235).
Capítulo
XIII: O reino mineral: ouro à vista
Com
relação às riquezas minerais como ouro e prata, enquanto Portugal visava apenas
o valor econômico, os jesuítas acreditavam que o ouro atrairia mais europeus para
povoar a nova terra e com isso aumentaria o número de cristãos (p. 262). Por
isso não hesitavam em descrever as riquezas minerais da colônia.
Considerações
Finais
De acordo com a opinião
final do autor, evangelizar significava não apenas converter os índios ao
cristianismo, mas também converter a natureza em favor dos homens. Para os
jesuítas a natureza foi criada por Deus e cabia aos homens dar-lhe utilidade
(visão utilitária da natureza) seja na alimentação, na construção das casas,
para a caça, agricultura, na cura de doenças e até mesmo para conquistar novos
cristãos através das riquezas minerais como é o caso do ouro e da prata.
RESENHA
O
livro oferece uma contribuição bastante relevante sobre a história do Brasil no
período colonial, os argumentos utilizados pelo autor ao longo do texto estão
embasados em documentos escritos na época, neste caso as cartas escritas por
alguns jesuítas da Companhia de Jesus, além de utilizar uma vasta bibliografia
que trata sobre o tema. No entanto, o autor poderia utilizar algumas imagens na
obra, a exemplo do mapa “Terra Brasilis”, pois facilitaria o entendimento do
leitor que não tem grande conhecimento na área e que, portanto não teve a
oportunidade de visualizar o mapa.
Embora
o foco do livro não seja retratar os indígenas, mas os aspectos naturais da
colônia, o autor poderia aprofundar um pouco mais sobre a visão dos jesuítas
sobre os índios, talvez acrescentando mais um capítulo. Ao longo da obra, o
autor utiliza alguns poucos parágrafos para retratar os indígenas, despertando
assim a curiosidade do leitor, mas as informações param por aí. Talvez se o
autor utilizasse um capítulo para retratar os indígenas, tal como fez Laura de
Mello em seu livro O diabo e a Terra de Santa Cruz, cujo capítulo foi intitulado Humanidade: predominância da demonização
que trata da visão dos europeus sobre habitantes das novas terras, o leitor
poderia enriquecer ainda mais seus conhecimentos. A obra de Laura de Mello,
cujo foco principal não é retratar a humanidade, mas as práticas de bruxaria e
feitiçaria no período colonial apresenta um tópico específico sobre os
habitantes do Novo Mundo, fato que ajuda o leitor a entender outros aspectos da
mentalidade do homem europeu, além daqueles que a obra se propõe. Deste modo, o
autor de “A Terra dos Brasis” também poderia ter acrescentado mais um capítulo
sem fugir dos objetivos propostos na obra.
Por
fim, a obra pode ser recomendada ao público especializado como também ao público
leigo que tenha interesse em aprofundar os conhecimentos acerca da natureza
encontrada nas terras brasileiras no século XVI, pois a linguagem é bastante
acessível ao público em geral.
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR
SOUZA, Laura de Mello e. O diabo e a Terra de Santa Cruz: feitiçaria
e religiosidade popular no Brasil colonial. São Paulo: Companhia das Letras,
1986.
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