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domingo, 16 de outubro de 2011

Aracaju desponta para a modernidade

                                          Região dos mercados em Aracaju. Fonte: Google

A fundação de Aracaju em 17 de março de 1855 por Inácio Barbosa foi fruto do desejo de construir uma cidade moderna em Sergipe, associada à necessidade de um porto para escoar as riquezas da região da Cotinguiba.
No entanto, Aracaju só passou a corresponder a essa imagem idealizada nas primeiras décadas do século XX, superando a imagem de cidade inviável, cheia de pântanos e dunas que facilitavam a disseminação de doenças.
A imagem de cidade moderna, centro dos principais acontecimentos do Estado foi sendo construída através de uma discurso modernizador, presente nas mensagens do Governo, de comerciantes e de jornais locais.
A fim de consolidar a imagem de cidade moderna e desenvolvida foram tomadas algumas medidas pelo governo, como por exemplo, diversas inaugurações que contavam com o apoio publicitário dos jornais. Foram inauguradas praças, linhas de bondes, aterramentos de lagoas, institutos científicos e escolas. Merece destaque a inauguração da Escola Federal de Aprendizes e Artífices em 1911, que mobilizou muitos cidadãos sergipanos, autoridades e pessoas ilustres, com direito a discurso e banda de música.
Além das inaugurações vale ressaltar o estabelecimento dos Códigos de Posturas que se preocupavam com questões higiênicas, de segurança e de embelezamento, além disso, temos a instalação do relógio público em substituição ao “grito do galo” para marcar as horas, mostrando-se um importante símbolo da nova ordem social.   
Aracaju começou a se destacar nas primeiras décadas do século XX como sede político-administrativa e o maior centro comercial do Estado, sobressaindo-se sobre os demais municípios que começaram a entrar em decadência. A partir de 1910 muitas famílias abastadas mudaram para Aracaju, atraídas pelas maravilhas de uma cidade moderna e em pleno desenvolvimento. Os jovens de famílias ricas iam estudar em outros estados devido à ausência de cursos superiores em Sergipe, muitos deles não retornavam, mas aqueles que decidiam voltar almejavam melhorar o aspecto físico da cidade e assim contribuir para o desenvolvimento nacional.
Podemos concluir que Aracaju só passou a corresponder aos anseios dos seus fundadores a partir do início do século XX, através do discurso modernizador que procurava passar uma imagem positiva da cidade. Só a partir desse momento é que Aracaju passou a atrair uma elite rica e escolarizada, que apostava no desenvolvimento da cidade e sugeria melhorias.

Referências:
SOUSA, Antônio Lindvaldo. “Ave branca que voa dos pântanos para o azul...”: as elites e o projeto modernizador de Aracaju nas décadas de 1910 a 1930. In:_____Temas de História de Sergipe II. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe/CESAD, 2010.

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